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Autismo e medicamentos: e se eu não der o remédio para o meu filho?

15.03.2023
Autismo Cuidados

Uma das dúvidas mais comuns sobre o autismo está relacionada aos medicamentos: afinal, eles são necessários ou não? Fazem algum efeito isoladamente, sem as terapias?

Embora não haja uma cura para o autismo, há várias opções de intervenções para ajudar a melhorar a qualidade de vida de pessoas no TEA. A principal delas é a terapia comportamental, que pode ou não ser acompanhada do uso de medicamentos.

Terapia ou medicamento?

Não existe “ou” nessa questão. A terapia comportamental é a base dos cuidados do autismo. Sem ela, nenhum medicamento isolado é capaz de extinguir os prejuízos que o espectro pode acarretar em um indivíduo.

Isso porque o remédio não ensina a pessoa a falar, ter autonomia e desenvolver suas habilidades sociais, comunicacionais e cognitivas. Os remédios atuam como auxiliadores, pois ajudam no tratamento de sintomas de transtornos coexistentes e que atrapalham o progresso terapêutico, como a ansiedade e insônia.

Por isso, famílias e profissionais devem priorizar o acompanhamento terapêutico para o autista. Existem vários modelos de intervenção que podem ajudá-los, como:

  • Modelo Denver de Intervenção Precoce: uma abordagem terapêutica intensiva e individualizada que envolve a criança e seus pais em atividades estruturadas para melhorar a comunicação, habilidades sociais, cognição e comportamentos.

Além disso, não há apenas um acompanhamento terapêutico indicado para o autismo. Por isso reforçamos a importância da equipe multidisciplinar, composta por profissionais da psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Esse time irá ajudar o pequeno a superar alguns prejuízos e adquirir novas habilidades muito importantes para sua autonomia e qualidade de vida.

Mas então, quando os medicamentos são indicados para o autismo?

Segundo as diretrizes clínicas da Academia Americana de Pediatria (AAP) para o cuidado de crianças no TEA, os medicamentos são indicados para tratar questões correlacionadas ao autismo, como agressão, irritabilidade e hiperatividade. Isso porque elas podem atrapalhar outras atividades que colaboram para o desenvolvimento sadio da pessoa a longo prazo, como as terapias e a escola.

Por exemplo, é muito comum a prescrição de medicamentos quando há o diagnóstico de outro transtorno do neurodesenvolvimento ou de saúde mental associado, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e depressão.

E se eu não der o medicamento para meu filho?

Se existir a orientação do uso de medicamento pelo médico de confiança, os pais e cuidadores devem segui-la. A decisão de um profissional da saúde especializado não se baseia apenas no que é tratado na consulta, mas também os relatórios da escola e das terapias, para que seja o mais adequada possível àquele indivíduo e suas necessidades.

Então, se faltar o medicamento, pode ser que algumas questões – como a ansiedade, hiperatividade, concentração e agressividade – sejam prejudiciais às atividades do cotidiano, da escola ou da terapia da criança. Com isso, seu desenvolvimento será diretamente impactado.

Sendo assim, é importante se informar e, se for o caso, buscar meios acessíveis para conseguir o remédio indicado pelo médico. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a maioria das medicações de forma gratuita aos autistas, então, não deixe de conferir nas unidades de saúde da sua região o procedimento para obtê-las.

Aqui no site do Instituto, temos um artigo completo sobre medicamentos e autismo, que você pode conferir neste link.

Concluindo…

O autismo é um transtorno complexo e multifacetado, e não há uma cura para ele. Embora os medicamentos possam ser úteis em alguns casos, a ciência considera as terapias comportamentais e educacionais como as intervenções mais eficazes para ajudar os autistas a melhorar suas habilidades sociais e de comunicação.

Por isso, é importante que as famílias conversem com seus médicos de confiança sobre as intervenções terapêuticas e medicamentosas mais adequadas e evitem cair em promessas falsas de cura milagrosa. Ao se concentrar nas terapias comprovadas e trabalhando junto aos profissionais da equipe multidisciplinar, as pessoas no TEA podem melhorar sua qualidade de vida e alcançar todo o seu potencial!

Quer aprender mais? Confira o vídeo abaixo no canal da Mayra Gaiato no YouTube:

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Autor(a): Equipe Instituto Singular

Psicólogas e Terapeutas

Esta dica foi escrita em conjunto por algumas psicólogas e terapeutas do Instituto Singular. Todos os artigos deste site são escritos por profissionais especializados em autismo e desenvolvimento infantil.

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