Bem-vindo(a)!

Altas habilidades e superdotação no autismo: tudo o que você precisa saber

22.03.2023
Autismo

Pessoas autistas podem ou não apresentar características de altas habilidades e superdotação (AH/SD), mas isso não é uma regra. É preciso compreender ambos os quadros para evitar a confusão entre eles, já que não necessariamente estão interligados.

O que são altas habilidades e superdotação?

Altas habilidades e superdotação são termos que se referem a pessoas que possuem habilidades acima da média em uma ou mais áreas – intelectuais, artísticas, criativas ou cognitivas. Essas habilidades geralmente se manifestam ainda na infância, quando o pequeno se empolga em aprender e se desenvolver cada vez mais acerca daquele tema.

Além disso, uma pessoa com AH/SD tende a sempre ousar, experimentar mais daquela área específica. Isso porque é uma atividade prazerosa para ela e, com isso, ela tende a se fechar cada vez mais naquele universo.

Um exemplo que podemos usar são os vários jogadores de futebol que temos ao redor do mundo, que possuem habilidades excepcionais e estão sempre inovando em campo, trazendo cada vez mais elementos e técnicas para o esporte.

É sempre importante lembrar que o indivíduo com AH/SD pode precisar de auxílio para desenvolver habilidades sociais. Isso porque, seja pelo destaque na escola ou por outros motivos, ele tende a ser excluído pelos demais. Também vale a pena incentivar o interesse em outras áreas do conhecimento e em atividades que auxiliem a socialização.

Todo autista tem altas habilidades?

Esse é um dos mitos mais difundidos sobre as pessoas autistas do nível 1 de suporte, que têm a comunicação e a autonomia mais desenvolvidas. Essa associação entre o TEA e as altas habilidades acontece, muitas vezes, porque as pessoas confundem o hiperfoco do autista com a superdotação.

O fato do autista ter um interesse específico, que ele se esforça para aprender e mergulhar cada vez mais nesse universo, não significa necessariamente que ele tem superdotação. É importante observar como ele absorve conhecimentos de áreas correlacionadas e se desenvolve “naturalmente” dentro daquele interesse, sem passar horas e horas imerso naquilo.

Tem dúvidas sobre autismo regressivo? Entenda mais sobre o assunto neste post.

Por isso, é importante combater a esse estereótipo, uma vez que apenas 3% dos autistas apresentam habilidades extraordinárias. Vamos falar mais sobre isso no próximo tópico.

Um autista pode ter altas habilidades?

Sim, as altas habilidades e a superdotação são características que podem ser encontradas em indivíduos que têm o diagnóstico de autismo, mas isso não é uma regra.

Alguns autistas apresentam habilidades acima da média em áreas específicas, como matemática, música, arte e memória. Mas isso não isenta essas pessoas de terem as dificuldades que o espectro pode proporcionar, principalmente nos campos motor e comunicacional.

Aliás, quando se trata das pessoas diagnosticadas com autismo, as altas habilidades e a superdotação podem apresentar mais desafios do que os comuns do espectro. Isso porque, embora possam ser altamente talentosos em uma área específica, elas podem ter ainda mais dificuldades em se comunicar e socializar, o que pode afetar suas oportunidades de se desenvolver e conviver com os demais. Além disso, podem ter dificuldades em se adaptar a ambientes escolares tradicionais, que podem não atender às suas necessidades específicas de aprendizagem.

No entanto, com apoio e oportunidades adequadas, as pessoas autistas que têm altas habilidades ou superdotação podem continuar aprendendo sobre seus interesses, ao mesmo tempo em que desenvolvem suas habilidades sociais e comunicacionais. É importante que suas habilidades sejam reconhecidas e valorizadas, e que recebam o suporte necessário para recuperar possíveis prejuízos na interação.

Quer saber mais sobre o tema? Temos um vídeo sobre isso no canal do YouTube da Mayra Gaiato.

0

Autor(a): Equipe Instituto Singular

Psicólogas e Terapeutas

Esta dica foi escrita em conjunto por algumas psicólogas e terapeutas do Instituto Singular. Todos os artigos deste site são escritos por profissionais especializados em autismo e desenvolvimento infantil.

Anterior

Autismo e medicamentos: e se eu não der o remédio para o meu filho?

Próximo

Instrumentos para identificação dos sinais de TEA