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O que causa o autismo?

06.04.2023
Autismo

Entre as principais dúvidas sobre o autismo, a mais recorrente delas está relacionada à sua causa. Afinal, o que leva um indivíduo a desenvolver o transtorno? Qual a explicação para existirem famílias com casos isolados ou múltiplos de TEA? Por que o número de diagnósticos está crescendo tanto?

Há muitos anos que a ciência tenta responder a essa pergunta. E a resposta mais correta que temos hoje é: o Transtorno do Espectro Autista é causado, principalmente, pela junção de fatores genéticos e ambientais. Mas antes de entrarmos neste ponto, é importante revisarmos o que é o autismo.

O que é o autismo?

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, identificável ainda na primeira infância, durante o primeiro semestre de vida. Ele é caracterizado por alterações em três grandes áreas: a comunicação, a interação social e o comportamento.

Atualmente, segundo dados divulgados pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), a prevalência do autismo é de 1 em cada 36 crianças. A pesquisa tem como base a população dos Estados Unidos – no Brasil, ainda não há dados sobre a predominância do transtorno.

O diagnóstico do transtorno é realizado a partir de uma avaliação multidisciplinar. A partir dela, serão identificados os atrasos que devem ser trabalhados junto à família e à equipe terapêutica.

Então, o que causa o autismo?

O TEA é causado pela junção de fatores genéticos e ambientais. A questão genética é predominante nesse aspecto, uma vez que as pesquisas já identificaram mais de mil genes correlacionados ao surgimento do transtorno.

É por isso que ele se manifesta de maneiras tão diversas entre os indivíduos no espectro: cada um deles tem uma formação genética única. Por exemplo, dois irmãos autistas, ainda que estejam no mesmo nível de suporte, podem apresentar dificuldades e comportamentos diferentes um do outro.

Já existem estudos que correlacionam fatores específicos ao surgimento do transtorno, mas é importante lembrar que eles não são uma regra. São eles:

  • Prematuridade;
  • Idade paterna e materna;
  • Tratamento com ácido valproico durante a gestação;
  • Sofrimento fetal.

Novamente, é essencial frisar que esses fatores específicos não são uma via de regra. Há casos de crianças prematuras que não desenvolveram o transtorno, por exemplo. Já existem outros bebês que, neste mesmo cenário, somam o fator da prematuridade a outros fatores hereditários, podem acabar desenvolvendo o TEA.

Mas, apesar da preponderância dessa somatória de genes – que vêm dos dois lados da família – há também alguns casos de mutações genéticas que ocorrem ao longo do crescimento do indivíduo. É uma das explicações para os casos de autismo regressivo, que a ciência tem relacionado à poda neuronal, um processo natural de eliminação de sinapses e neurônios que ocorre no cérebro durante o desenvolvimento.

É possível prevenir o transtorno?

O autismo não é uma doença, portanto, não podemos curar ou prevenir, como uma simples dor de garganta. Também é importante entendermos que o TEA em si não é um problema, mas sim os prejuízos e atrasos que suas características – como alterações no processamento sensorial, dificuldades na comunicação e rigidez mental – podem causar na vida dos indivíduos diagnosticados. As características do autismo e suas habilidades se encaixam na definição de neurodiversidade, que pode contribuir e muito para a sociedade.

Uma pessoa autista sempre será autista, mesmo que alcance os marcos do desenvolvimento esperados por meio do acompanhamento terapêutico. É por isso que sempre enfatizamos a importância da intervenção precoce a partir dos primeiros sinais de atraso do desenvolvimento.

Nós não temos controle sobre o que acontece ao longo da formação genética de uma pessoa. Entretanto, podemos auxiliá-la por meio de estímulos benéficos para o seu desenvolvimento, através das intervenções e da integração da equipe multidisciplinar e da família toda no processo terapêutico. Saiba mais aqui.

No canal do YouTube da Mayra Gaiato, você pode assistir a um vídeo sobre as causas do autismo. Confira:

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Autor(a): Equipe Instituto Singular

Psicólogas e Terapeutas

Esta dica foi escrita em conjunto por algumas psicólogas e terapeutas do Instituto Singular. Todos os artigos deste site são escritos por profissionais especializados em autismo e desenvolvimento infantil.

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