Desenvolvimento da fala
Uma das áreas comprometidas em uma pessoa que está no Espectro do Autismo é a comunicação. Grande parte das crianças com TEA demonstram um atraso na fala. Algumas até possuem a comunicação verbal desenvolvida, porém não a utilizam de forma funcional. Sendo assim, elas até emitem palavras, mas não as usam para transmitir uma mensagem a outra pessoa ou alcançar um resultado.
Por que isso acontece? Como ajudar uma criança autista a desenvolver a fala e a comunicação? Quais estratégias usar nesse processo? Se essas são as suas dúvidas, então este post é perfeito para você!
As crianças no Espectro do Autismo têm dificuldade em perceber os resultados de suas ações comunicativas e acabam tendo disfunções na fala.
Desenvolvimento típico e atípico da fala
Primeiro, considere uma criança com o desenvolvimento típico. Ela começa a organizar ao longo do seu primeiro ano de vida as percepções, experiências e estímulos de linguagem que recebe. Ao mesmo tempo, desenvolve e treina a parte motora da fala, emitindo sons aleatórios. Então, ela passa a perceber que os sons emitidos causam efeitos, trazem resultados. Sendo assim, aos poucos, ela seleciona os sons que irá emitir para que esses resultados se repitam, assim como começa a relacionar sons que ouve com as situações que acontecem ou com os objetos à sua volta. Dessa forma, quando ela percebe que a emissão de determinados sons gera determinados efeitos, ela entende a função da linguagem. A fala é o resultado de todo esse processo de desenvolvimento da linguagem e da compreensão de sua função. Com um ano, é esperado que as crianças falem de maneira funcional algumas palavras de seu cotidiano.
![Desenvolvimento da fala](https://institutosingular.org/wp-content/uploads/2021/08/FOTO-11-1024x626.png)
As crianças no Espectro do Autismo, por sua vez, têm dificuldade em perceber os resultados de suas ações comunicativas e, com isso, acabam tendo disfunções na fala. Não desenvolver a linguagem faz com que a criança não consiga se expressar, informar o que deseja ou precisa, nem alcançar muitos de seus objetivos. Isso, é claro, prejudica ainda mais a socialização e a troca com as pessoas. Nesses casos, é muito importante que um profissional especializado seja consultado para o início de um plano de intervenção. Com isso, nosso pequeno com dificuldades na fala aprenderá a se expressar melhor e, assim, a realizar suas vontades com mais autonomia.
Como ajudar nesse processo?
Mas, além disso, algumas ações podem auxiliar a estimular o desenvolvimento da linguagem. Pais, irmãos e avós podem ser muito importantes nesse processo! Eles também podem ajudar a criança a se comunicar melhor, de maneira mais ativa. Vamos ver algumas dicas?
Ser comunicativo
Ser comunicativo com a criança, mesmo que não haja o retorno dela, pode ser uma boa estratégia. Uma dica é falar com alta frequência, mas de forma simples, narrando acontecimentos, nomeando objetos, fazendo pedidos à criança, etc. Neste ponto é muito importante utilizar uma linguagem simples, para que a criança consiga relacionar as palavras ao que ela está vivenciando. Para isso, deve-se utilizar um nível de complexidade um pouco acima da linguagem que a criança possui. Ou seja, se ela não fala, devem-se utilizar poucas palavras por vez (uma ou duas). Dessa forma, ela consegue relacionar o som da palavra ao que está sendo indicado. Se a criança já fala algumas palavras, pode-se começar a associá-las entre si ou com verbos, e assim por diante.
Converse bastante com seu pequeno, tentando desenvolver sua autonomia nesse processo!
A comunicação não-verbal
Nós também nos comunicamos sem palavras. Sem nossos gestos e olhares, seríamos capazes de dizer tudo que desejamos? É muito provável que não! Assim, outra boa estratégia é estimular a comunicação não-verbal da criança, isto é, aquela comunicação que não passa pelas palavras.
Para isso, é importante não tentar adivinhar o que ela quer, e sim incentivá-la a mostrar o que deseja com um olhar, gesto, som, etc. Em seguida, você deve dar o resultado que ela espera, para que ela entenda que foi seu sinal (comunicação não-verbal) que gerou aquela resposta. Caso ela não emita sinal algum, pode ser realizado um auxílio físico, ajudando-a a fazer um gesto, como apontar. Em seguida, você deve fornecer o resultado, para que ela relacione o gesto à consequência. Nesse sentido, também é possível criar situações que aumentem a oportunidade de comunicação! Você pode, por exemplo, oferecer duas opções para que ela indique a que deseja ou entregar algo embrulhado, para que ela tenha que pedir ajuda para abrir, por exemplo.
Quer mais dicas de como estimular a linguagem em crianças no Espectro do Autismo e saber mais sobre o tema? Assista aos vídeos:
![Bebê deitado](http://ec2-18-230-149-136.sa-east-1.compute.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/FOTO-14-92x58.png)
Intervenção precoce
![Família reunida](http://ec2-18-230-149-136.sa-east-1.compute.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/01/aceitar-o-autismo-92x58.jpg)